Silêncio
Calem as vozes!
Deixem o silêncio entrar,
Deixem o sino tocar
...muito ao longe,
deixem-me chorar,
Deixem o lamento clamar,
Deixem aprender a caminhar!
Mas calem as vozes!...
Eu não entendo,
Não sei dizer,
Não sei escrever
o momento real,
do que parte
e não volta...
Calem as vozes!...
Eu quero entender o silêncio
procurar no escuro,
a luz pálida da saída
e encontrar o amor,
a ternura do amor,
o esplendor do abraço
do teu abraço
e não esquecer...
Mas calem as vozes! Por favor...
Alguém me disse,
alguém amigo,
Alguém, cujo encontro comigo,
terminou...contigo!
E esse Alguém disse:
"A Maggie morreu"!
Calem as vozes!...
Deixem a noite formar
figuras desconexas
grupos tétricos
desolados, perdidos,
até que a luz possa chegar...
Procuro escrever
no escuro que se fez
e encontrar,
o teu fato branco
malhado de preto
e sussurar,
quanto me deste,
quanto ajudaste,
quanto me amaste!
Calem as vozes!...
Deixem o silêncio falar,
o instante é único
e último...
Quem mais vai lembrar?
Só as lágrimas do meu pranto
iluminam o lugar!...
A Maggie morreu!
Calem todas as vozes!
Por favor...
Por Ela e por mim!...
Maria Luísa Adães
(Janeiro de 2009/ São Paulo/Brasil